De fato, algumas das ideias expostas pelo mesmo são até relevantes e não precisam ser discutidas, mas outros pontos um tanto que me incomodaram pela incoerência e pela ausência de conhecimento sobre o que vem a ser o ateísmo em si.
Então resolvi escrever esse artigozinho para discutir alguns pontos do artigo do caro Alonso Prado. Vamos lá.
Ser ateu é uma forma de não obedecer a ideia de Deus para obedecer as ideias dos homens?Como é que é?
Notem que o mesmo coloca a palavra obediência quando se trata de deus em si, isso nos leva a crer que a ideia de crer em um deus está ligada ao fato de isso ser uma regra que deve ser obedecida e não discutida. Ao contrário de um ATEU, coloco a palavra em maiúscula pois existem pessoas que se dizem ateias sem ter o mínimo de noção do que realmente é ser um ateu, muitos destes dizem ter mudado a sua visão de deus simplesmente por ter lido a Bíblia ou qualquer outro livro sagrado, ou ter lido algumas das famosas obras de Nietzsche ou Marx. Não não, ser ateu é uma forma de seguir um pensamento cultivado por você próprio com base em princípios científicos e filosóficos, os quais tem relação com a sua concepção de deus em si... O ateísmo na sua mais pura essência significa LIBERDADE DE PENSAMENTO, sim, liberdade, pois não há um papa ou líder religioso ditando regras sobre como você deva pensar ou agir... Você não acredita na existência de um ser superior simplesmente porque não vê significado nenhum nisso, pois o mesmo não sente a necessidade de crer em algo, de buscar algo que lhe conforte até o dia de sua morte.
Continuando:
Muitos ficam espantados quando o sujeito diz não crer em Deus, mas acredita piamente e com devoção religiosa em cada parágrafo de Nietzsche ou citação marxista que declare Deus morto ou ópio do povo.Nesse ponto tenho que concordar com o autor, já tive amigos e alguns conhecidos que defendiam as ideias de Nietzsche da mesma forma que um islâmico defende a imagem do Profeta Maomé. Eu acho isso um tanto que repugnante, visto que considero o livro O Anti-Cristo um livro fajuto que tive o desprazer de conhecer.
Deveriam ler um pouco de Feuerbach em sua crítica a Hegel para tentar desvendar como Marx ao menos chegou a essa menção que está na boca de qualquer ateu descolado por citar este ou aquele pensador como garantidor da sua superioridade intelectual sobre os religiosos.O que me espanta na visão do nobre colega, autor do referido artigo, é a sua generalização para com os ateus, ao dizer que qualquer Ateu se baseia em alguma ideia de algum autor famoso para justificar sua descrença. Que deplorável... é claro, boa parte dos ditos "ateus" modinha, agem dessa forma, mas não vamos generalizar. Compreendo a sua ignorância quanto a isso, pois o mesmo é seguidor das ideias do Senhor Olavo de Carvalho(Grande humorista do meio filosófico), então deixemos quieto...
Na verdade, venhamos e convenhamos se ateus reclamam ou acusam que a maioria dos católicos, protestantes e deístas em geral não terem conhecimento real de onde vieram suas crenças e argumentos isso me soa injusto com os mesmos, pois os ateus em grande parte também não sabem de onde advém vasta parcela da sua forma de pensar. Ambas as partes vivem numa sistemática oca: Omissa, contraditória e obscura.Isso nunca foi mentira, de fato, boa parte dos religiosos em si não faz faz ideia de onde se originou suas crenças, mas isso não quer dizer que todos sejam assim. Já tive a honra de conversar com líderes religiosos e com pessoas da área, os quais sabiamente sabiam justificar toda a sua crença, não somente através do meio filosófico, mas através da própria história... Grande parte da forma de pensar de um ATEU advêm dele próprio e da ciência, simples assim...até porque não temos o porque de justificar a nossa descrença...Um Ateu simplesmente não sente a necessidade de acreditar em algo e é só isso.
