Entre as mil coisas que fez, Arne Naess estudou e escreveu extensamente sobre debate, diálogo, resolução de conflitos e comunicação. Tinha grande admiração pelo pensamento e trabalho de Gandhi (a propósito, se você acha que este senhor foi algo como um monge bonzinho de tanga, olhe de novo. Aposto que você não aguentaria três dias nas sandálias dele) e pelas noções de resistência pacífica e não-violência que ele explorou profundamente na teoria e na prática.
Agora, porque afinal é importante aprendermos a pensar e debater de um jeito melhor, a dialogar, conversar apropriada e eficientemente?
Para Naess (como para Gandhi), essa importância não tem muito a ver com “vencer discussões”. Debate bom não é quando alguém ganha a discussão, mas quando quem vence é o bom senso e a clareza de visão, e quem perde é o engano, o preconceito e a ingenuidade.
Se você ainda não entendeu para que servem os debates, saiba que são eles que nos previnem de coisas assim
Nas palavras de Naess:
Precisamos nos esforçar mais para entender as outras pessoas. Se nos comunicamos bem, fica mais difícil vermos o modo de vida dos outros como sendo incompreensíveis ou inferiores. Se vemos suas vidas como sendo mais abertas e generosas, sempre haverá algo que poderemos aprender aí. Uma melhor comunicação com nossos camaradas seres humanos é o pré-requisito mais importante para resolução de problemas, grandes ou pequenos.
Fazendo o equivalente à resumir Joyce a um tuíte, aqui vão, isoladas, seis dicas básicas e importantes de Arne Naess para um bom debate público:
1. Evite irrelevância tendenciosa Exemplos: ataques pessoais, alegações sobre a motivação do oponente, explicar razões para uma discussão.
2. Evite citações tendenciosas Citações não devem ser alteradas em favor do assunto em debate.
3. Evite ambiguidades tendenciosas Ambiguidades podem usadas para apoiar críticas.
4. Evite o uso da falácia do espantalho Atribuição de pontos de vista ao adversário que este não tem.
5. Evite afirmações tendenciosas sobre fatos Informações passadas adiante nunca devem ser falsas ou incompletas e não se deve omitir informações relevantes.
6. Evite tons de voz tendenciosos na sua apresentação
Apenas como uma observação, particularmente eu não acho que deveríamos ser muito restritos, sérios, duros, formais com isso tudo. O ponto é conseguirmos cultivar um espaço amigável, onde todos possam se sentir confortáveis pra falar, participar, compartilhar. É só que, ainda assim, saber que estes métodos existem e tentar minimamente aplicá-los pode nos ajudar muito a fazer isso, e também a melhorar as nossas relações no dia a dia – e mesmo nosso rendimento no trabalho, nos estudos, em reuniões diversas. A conversa flui melhor, a comunicação se estabelece de um jeito bem mais fácil (ou menos penoso), as pessoas são ouvidas e consideradas. E se aproximam.
Que outras dicas práticas você adicionaria à esta pequena lista? Do que sente falta quando participa de conversas e discussões?
Arne Dekke Eide Næssfoi um filósofo e ecologista norueguês, inventor da teoria da ecologia profunda.
Garrett Lisi passa as manhãs surfando ou praticando snowboard, e as tardes debruçado sobre seu notebook, quebrando a cabeça com matemática de alto nível. Dormindo em sofás, trabalhando como caseiro ou vivendo numa van estacionada perto das ondas de Maui, no Havaí.
Apesar de ter 40 anos e ser ph.D. em teoria da física, teve poucos empregos fixos - e esses poucos foram de guia de caminhada ou instrutor de snowboard, aventureiro que tem seus momentos de maior felicidade quando está descendo ondas ou montanhas nevadas, Em 2007, Garrett publicou um artigo acadêmico chamado "An Exceptionally Simple Theory of Everything" (Uma Excepcionalmente Simples Teoria Sobre Tudo) no arxiv.org, um site para cientistas que é mantido pela Universidade Cornell (EUA) - baixe o artigo nohttp://arxiv.org/abs/0711.0770. O artigo citava sua tentativa de criar uma teoria que colocaria toda a física do universo em um pacote organizado. Por meio século, pesquisadores procuraram reconciliar a gravidade com as três forças que atuam dentro dos átomos, onde a gravidade parece não exercer a menor influência (veja em "O guia da física incompreensível para idiotas", na página 98.) Ninguém - nem mesmo Einstein, que passou seus últimos anos de vida tentando - conseguiu explicar como essas quatro forças coexistem. ( a electromagnética, a nuclear fraca, a nuclear forte, e a mais intrigante, ainda ñ bem entendida, apesar de se passarem uns 300 anos desde Newton...a gravitacional).
Apesar de ter seus difamadores, Garrett também tem fãs, aqueles que aceitam a ideia de que ainda é possível que exista um gênio independente da física. "Eu e algumas outras pessoas achamos que o mundo acadêmico sofre por não ser mais inclusivo com pessoas desse tipo", diz Lee Smolin, pesquisador muito respeitado do Instituto Perimeter de Física Teórica, baseado em Waterloo, Canadá, que tem se correspondido com Garrett. "Não estamos falando de um aloprado. Ele é ph.D. por um bom programa e seu trabalho está dentro dos parâmetros de uma boa pesquisa"
Para entender completamente a tentativa de Garrett de resolver o dilema, é necessário que se tenha um conhecimento de matemática bem além do que a maioria dos mortais tem, mas a premissa básica é que todas as forças físicas e partículas podem ser explicadas por meio de seu mapeamento em uma estrutura geométrica complicadíssima, conhecido como E8. Se Garrett estiver certo, sua teoria daria uma aparência muito elegante à física do cosmos, e o E8 se tornaria tão significativo quanto o E=MC2. Isto seria um fato notável vindo de qualquer um dos físicos mais conhecidos. Vindo de um surfista vagabundo, seria mais do que extraordinário.
Interessante saber tbm que ele desdenha a Teoria de Cordas que tem grande prestígio no mundo acadêmico, mas também inúmeros críticos...
Segundo definação do mesmo no Blog Aloprado Alonso é um ativista cibernético sobre os assuntos mais polêmicos do mundo, sendo odiado por diversas pessoas, das quais o mesmo cita: "maridos frouxos, namorados e noivos traídos, caminhoneiros, corretores
de imóveis, advogados e promotores no sense. Além de professores PEB I e
II, alunos de filosofia da UFAM, psicólogos de araque, marxistas e
foucaultianos de carteirinha, e toda raça escrota dos emos e fãs de
bandas podres!"
O seu estilo de debate se baseia no estilo Nietzscheano na sua retórica vigorosa usando uma “moral imoral”
Causou polêmica em diversas comunidades, entre elas a Ringue Filosófico com o post: Juventude Imbecil do Brasil Varonil.
Deísta, acredita que o evolucionismo atuou como processo pelo qual Deus criou os seres vivos.
É contra o aborto em mais de 1 mês de gestação, intolerância e
preconceito contra negros, homossexuais, índios, pobres, grupos
religiosos e qualquer outro grupo minoritário, legalização de drogas,
sexismo (machismo e feminismo),...
Não acredita na doutrina
socialista, comunismo, anarquismo, para ele o ser humano não é como uma folha
de papel em branco que será moldado conforme o meio, diz detestar fascistas,
força bruta ao invés da compreensão, militarismo, crentes fanáticos de
qualquer tipo de ideologia;
O mesmo diz: "Gosto do Brasil e acredito no nosso país, pode-se dizer que sou nacionalista".
Temas/assuntos interessantes que gosta de debater: política, legitimidade da
Igreja Católica Apostólica Romana como possuidora da VERDADE, diminuição
da maioridade sexual (NÃO é pedofilia!), diminuição da maioridade
penal, filosofia, teologia, sociologia, antropologia, sociobiologia,
evolução...
Então pessoal hoje estamos inaugurando uma nova sessão no blog voltada para download de livros, artigos, filmes, audios entre outros.
O trabalho ficará a cargo do nosso amigo e colaborador Luciano Alonso! :)
Esse é mais um post que resgatei da comunidade Underground Society of PhDs, feita por nosso querido e sumido Frei leo, o objetivo da mesma coisa o proprio autor diz, não é fazer um debate mas um aprendizado conjunto.
Por: Frei Leo
Este post não tem como finalidade debate, mas sim o aprendizado conjunto.
O assunto a ser discorrido segue essas delimitações:
Tradição socrática a partir das obras de Platão até obras Aristóteles. Nada mais do que isso;
Não será discutido nada fora desse espectro, e tudo dever feito de forma didática;
Não será discutido a tradição dos sofistas, exceto se estiver de alguma
forma ligado as bases da tradição socrática, que é de fato mínima
diante da envergadura da obra de Platão e Aristóteles.
Qualquer tipo de debate ofensivo e não
ligado a essas delimitações será apagado para que não contamine o tópico com
elementos alheios ao aprendizado conjunto.
Bibliografia e Pesquisa:
Prioridade exclusiva para obras literárias e não artigos de internet. Ao postar algo citem a obra de que extraiu ou ao menos o autor que consultou para efetuar a postagem.
Recomendo
apenas duas espécies obras gerais para isso: Livros de história da
filosofia, e o livro de Paul Friedlander "Platão uma Introdução".
Duvidas serão discutidas apenas com base nas obras e não nas opiniões pessoais dos participantes desse tópico.
Conto com a participação de todos os interessados com educação e cortesia entre todos.
Como preliminar sobre esse assunto, peço que leiam as biografia de Sócrates, Platão e Aristóteles.
Não há como ingressar no pensamento deles sem ter alguma base de quem foram as personalidades deles de certa forma.
Depois
disso recomendo fazer a mesma leitura sobre si mesmos. Refletirem quem
vocês são dentro do meio que vivem. O motivo disso é bem simples. Quem
estuda filosofia de forma séria precisa saber quem realmente é para se
situar de forma sensata diante dos conhecimentos filosóficos. A grande
questão que fica é quem você é agora e quem você quer ser aprendendo
filosofia?
Filosofia é a ferramenta intelectiva e o serviço de
reflexão que intui buscar essas explicações mais profundas sobre essas
realidades, não é arma de manipulação, isso é sofistica e sofismas não
servem para muita coisa.
Então façam essas duas coisas antes de se pronunciar aqui.
Reino Unido pressionado por EUA planeja invadir embaixada do Equador em Londres e sequestrar Julian Assange.
Ação norte-americana e britânica sem precedentes violam tratados internacionais e o estado de direto como nunca foi feito nem pela China,nem por nenhum outro país.
Especialistas afirmam que isso pode desencadear invasões às embaixadas britânicas em várias partes do mundo como forma de protesto contra a grave violação da Convenção de Viena.
A notícia de que o governo do Reino Unido tem de fato decidido após imensa pressão da administração Obama - para entrar na Embaixada do Equador e capturar Julian Assange pode estar nos mandando para uma era de graves preocupações acerca do direito internacional e a perspectiva de um futuro sombrio pela frente.
Este será, para além de qualquer argumento, uma violação flagrante da Convenção de Viena de 1961, ao qual o Reino Unido é uma das partes originais e que codifica os séculos - milênios sem dúvida - de prática que permitiram que as relações diplomáticas para a função. A Convenção de Viena é o mais subscrito tratado internacional único no mundo.
As disposições da Convenção de Viena sobre o estado das instalações diplomáticas são expressos em termos absolutos deliberadamente. Não há nenhuma modificação ou qualificação em outras partes do tratado.
Artigo 22 º
1.Os instalações da missão (embaixadas) são invioláveis. Os agentes do Estado receptor não podem entrar eles, exceto com o consentimento do chefe da missão.
2.O Estado receptor terá a obrigação especial de tomar as medidas apropriadas para proteger instalações da missão contra qualquer invasão ou dano e para evitar qualquer perturbação da paz do missão ou ofensas à sua dignidade.
3.Os instalações da missão, o respectivo mobiliário e outros bens e os meios de transporte da missão são imunes de busca, requisição, embargo ou execução.
Nem mesmo o governo chinês tentou entrar na Embaixada dos EUA para prender o dissidente chinês Chen Guangchen. Mesmo durante as décadas da Guerra Fria, os desertores ou dissidentes nunca foram apreendidos a partir de cada um dos outros embaixadas. Murder in Samarkand relata em detalhes as minhas tentativas na embaixada britânica para ajudar dissidentes usbeques. Esta terrível violação do direito internacional resultará em embaixadas britânicas fiquem sujeitas a invasões em todo o mundo e assédio.
O cálculo do governo é que, ao contrário do Equador, Grã-Bretanha é um poder forte o suficiente para impedir tais intrusões. Este é mais um sintoma do "poder é direito" princípio nas relações internacionais, na época do abandono neo-conservador da idéia do Estado de direito internacional.
Resgatei esse tópico da Antiga Comunidade da Ringue Filosófico no Orkut. Deixem a sua opinião! :)
Nietzsche x Pensamento Cristão
Por: Frei Leo
Irei expor aqui contraposição ao pensamento da professora Viviane Mosé
inicialmente via um vídeo de Fr.Betto. Após isso, irei identificar o
pensamento dos partícipes em seus posts anteriores a este, e depois
filosofar uma nova proposta da quebra do pensamento de Nietzsche baseado
na moral da fé cristã.
Proposta de quebra do niilismo x fé cristã
Para Soren Kierkegaard , o homem e é um ser que se caracteriza pelo
desespero que se origina das contradições de sua existência e de sua
distancia de Deus: “o homem é um síntese de infinito e finito, de
temporal e de eterno, de liberdade e necessidade”. Em sua obra “Estágios
do Caminho da Vida” (1845), Kierkegaard formula uma doutrina de três
níveis de consciência: O estético, no qual o individuo busca a
felicidade no prazer, cuja fugacidade, entretanto leva ao desespero
inevitável. O nível seguinte, o ético: em que procura alcançar a
felicidade pelo cumprimento do dever, sendo, no entanto, condenado ao
eterno arrependimento por suas faltas e falhas nessa tarefa, devido sua
inconstância moral. Finalmente, o estágio religioso: em que o homem
busca Deus, entretanto a verdadeira fé é a angustia da distância de
Deus.
Nesses parâmetros parece que Kierkegaard esbarra no Deísmo,
que é uma doutrina fundada na religião natural e que admitindo a
existência de Deus, não enquanto Ele é conhecido por uma revelação ou
por qualquer outro dogma, mas enquanto um ser supremo de atributos
totalmente indeterminados. Este pressuposto fez Pascal mencionar que tal
sistema de idéias seria apenas como um “Deus dos filósofos e sábios” –
sendo, portanto, pernicioso para a religiosidade.
Seguindo nesse
mesmo patamar, encontramos o nilismo (do latim nihil: nada), que é uma
doutrina filosófica que nega a existência do absoluto, quer como
verdade, quer como valor ético. Isto significa, que não há, para esta
corrente, uma autoridade que é em si, independente de qualquer outra
coisa, possuindo em si mesmo sua própria razão de ser, não comportando
nenhum limite e sendo considerado independentemente de relação com um
outro ser.
Deste modo, a filosofia de Nietzsche tinha como tarefa libertar o homem
dessa tradição da metafísica judaico-cristã, anunciando uma nova era,
uma nova forma de pensar e agir através da transmutação de todos os
valores. Se para Nietzsche, os valores do Cristianismo tolhem toda forma
de vida criativa e espontânea de acordo com natureza humana, para os
pensadores cristãos católicos essa não é a verdade. (Exclusivamente para
os pensadores católicos, pois os protestantes e calvinistas aderem as
idéias nilistas de forma indireta). “Pois, como diz Aristóteles, o
intelecto, a sapiência e a ciência não se ocupam com coisas
contingentes, mas das necessárias”. (São Tomás de Aquino – Summa
Theologica –V I Ethic. lect. V)
Diante disso, a fé transcendente
se faz necessária ao ser humano. É por meio dela que a razão se ilumina
nesse intangível e inefável cognitivo daquilo que lhe é natureza
própria. Onde a razão não enxerga caminhos, a fé faz uma estrada. Com
isso, a fé uma atitude voluntária que tanto testemunha como presencia o
sobrenatural. Nesse aspecto, da vontade, ocorre uma atitude concreta que
consiste em ligar-se com algo que nós estamos comprometidos por uma
confiança naquilo que ainda não vemos, não possuímos ou não temos
experimentado, mas que é possível de ser ver, possuir e experimentar
pela fé. (Hebreus 11,1)
Logo essa chamada virtude ou dom teologal
da fé, gera outra virtude: a esperança. E essa virtude da esperança
afasta o que Kierkegaard talhou como desespero por uma fé que é a
angústia da distancia com Deus. A fé gera a esperança que aproxima de
Deus cada indivíduo que deposita Nele não suas ilusões futuras, mas sim
suas necessidades futuras e presentes.
Em linguagem atual, dir-se-ia: a mensagem cristã não era só informativa,
mas performativa. Significa isto que o Evangelho não é apenas uma
comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que
gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi
aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe
dada uma vida nova.
Devemos voltar, uma vez mais, ao Novo
Testamento. No décimo primeiro capítulo da Carta aos Hebreus (verso 1),
encontra-se, por assim dizer, uma certa definição da fé que entrelaça
estreitamente esta virtude com a esperança. À volta da palavra central
desta frase começou a gerar-se desde a Reforma, uma discussão entre os
exegetas, mas que parece hoje encaminhar-se para uma interpretação
comum.
Por enquanto, deixo o termo em questão sem traduzir. A
frase soa, pois, assim: “A fé é hypostasis das coisas que se esperam;
prova das coisas que não se vêem”. Para os Padres e para os teólogos da
Idade Média era claro que a palavra grega hypostasis devia ser traduzida
em latim pelo termo substantia. De fato, a tradução latina do texto,
feita na Igreja antiga, diz: “Est autem fides sperandarum substantia
rerum, argumentum non apparentium – a fé é a “substância” das coisas que
se esperam; a prova das coisas que não se vêem”.
Tomás de
Aquino, servindo-se da terminologia da tradição filosófica em que se
encontra, explica: a fé é um “habitus”, ou seja, uma predisposição
constante do espírito, em virtude do qual a vida eterna tem início em
nós e a razão é levada a consentir naquilo que não vê. (Summa
Theologiae, II-IIae, q. 4, a. 1). Deste modo, o conceito de “substância”
é modificado para significar que pela fé, de forma incoativa –
poderíamos dizer em gérmen e portanto segundo a “substância” – já estão
presentes em nós as coisas que se esperam: a totalidade, a vida
verdadeira.
E precisamente porque a coisa em si já está presente, esta presença
daquilo que há-de vir cria também certeza: esta coisa que deve vir ainda
não é visível no mundo externo (não aparece), mas pelo fato de a
trazermos, como realidade incoativa e dinâmica dentro de nós, surge já
agora uma certa percepção dela.
Para Lutero, que não nutria muita
simpatia pela Carta aos Hebreus em si própria, o conceito de
“substância”, no contexto da sua visão da fé, nada significava. Por
isso, interpretou o termo hipóstase/substância não no sentido objetivo
(de realidade presente em nós), mas no subjetivo, isto é, como expressão
de uma atitude interior e, consequentemente, teve naturalmente de
entender também o termo argumentum como uma disposição do sujeito.
No
século XX, esta interpretação impôs-se também na exegese católica –
pelo menos na Alemanha – de modo que a tradução ecuménica em alemão do
Novo Testamento, aprovada pelos Bispos diz: “Glaube aber ist: Feststehen
in dem, was man erhofft, Überzeugtsein von dem, was man nicht sieht”
(fé é: permanecer firmes naquilo que se espera, estar convencidos
daquilo que não se vê).
Em si mesmo, isto não está errado; mas
não é o sentido do texto, porque o termo grego usado (elenchos) não tem o
valor subjetivo de convicção, mas o valor objetivo de prova. Com razão,
pois, a recente exegese protestante chegou a uma convicção diversa:
“Agora, porém, já não restam dúvidas de que esta interpretação
protestante, tida como clássica, é insustentável”. (H. Köster)
A
fé não é só uma inclinação da pessoa para realidades que hão-de vir, mas
estão ainda totalmente ausentes; ela dá-nos algo. Dá-nos já agora algo
da realidade esperada, e esta realidade presente constitui para nós uma
prova das coisas que ainda não se vêem. Ela atrai o futuro para dentro
do presente, de modo que aquele já não é o puro ainda-não. O fato de
este futuro existir, muda o presente; o presente é tocado pela realidade
futura, e assim as coisas futuras derramam-se naquelas presentes e as
presentes nas futuras.
Esta explicação fica ainda mais reforçada e aplicada à vida concreta, se
considerarmos o versículo 34 do décimo capítulo da Carta aos Hebreus
que, sob o aspecto da língua e do conteúdo, tem a ver com esta definição
de uma fé perpassada de esperança e prepara-a.
No texto, o
autor fala aos crentes que viveram a experiência da perseguição,
dizendo-lhes: “Não só vos compadecestes dos encarcerados, mas aceitastes
com alegria a confiscação dos vossos bens (hyparchonton – Vg: bonorum),
sabendo que possuís uma riqueza melhor (hyparxin – Vg: substantiam) e
imperecível” Hyparchonta são as propriedades, aquilo que na vida
terrena constitui a sustentação, precisamente a base, a “substância” da
qual se necessita para viver.
Esta substância, a segurança
normal para a vida, foi tirada aos cristãos durante a perseguição. Eles
suportaram-no, porque em todo o caso consideravam transcurável esta
substância material. Podiam prescindir dela, porque tinham achado uma
base melhor para a sua existência – uma base que permanece e que ninguém
lhes pode tirar.
Não é possível deixar de ver a ligação
existente entre estas duas espécies de substância, entre a sustentação
ou base material e a afirmação da fé como base, como substância que
permanece.
A fé confere à vida uma nova base, um novo
fundamento, sobre o qual o homem se pode apoiar, e consequentemente, o
fundamento habitual, ou seja, a confiança na riqueza material,
relativiza-se.
Cria-se uma nova liberdade diante deste
fundamento da vida que só aparentemente é capaz de sustentar, embora o
seu significado normal não seja certamente negado com isso.
Esta
nova liberdade, a consciência da nova substância que nos foi dada, ficou
patente no martírio, quando as pessoas se opuseram à prepotência da
ideologia e dos seus órgãos políticos e, com a sua morte, renovaram o
mundo.
Mas não é só no martírio… Aquela manifestou-se sobretudo nas grandes
renúncias a começar dos monges da antiguidade até Francisco de Assis e
às pessoas do nosso tempo que, nos Institutos e Movimentos religiosos
atuais, deixaram tudo para levar aos homens a fé e o amor de Cristo,
para ajudar as pessoas que sofrem no corpo e na alma.
Aqui a
nova substância confirmou-se realmente como a substância da esperança
destas pessoas tocadas por Cristo brotou esperança para outros que
viviam na escuridão e sem esperança. Ficou demonstrado que esta nova
vida possui realmente substância e é “substância” que suscita vida para
os outros.
Para nós, que vemos tais figuras, este seu atuar e
viver é, de fato, uma prova de que as coisas futuras, ou seja, a
promessa de Cristo não é uma realidade apenas esperada, mas uma
verdadeira presença: Ele é realmente o filósofo e o pastor que nos
indica o que seja e onde está a vida.
Para compreender mais
profundamente esta reflexão sobre as duas espécies de substâncias –
hypostasis e hyparchonta – e sobre as duas maneiras de viver que com
elas se exprimem, devemos refletir ainda brevemente sobre duas palavras
referentes ao assunto, que se encontram no décimo capítulo da Carta aos
Hebreus.
Trata-se das palavras hypomone (10,36) e hypostole
(10,39). Hypomone traduz-se normalmente por paciência, perseverança,
constância. Este saber esperar, suportando pacientemente as provas, é
necessário para o crente poder “obter as coisas prometidas” (10,36).
Na
religiosidade do antigo judaísmo, esta palavra era usada expressamente
para a espera de Deus, característica de Israel, para este perseverar na
fidelidade a Deus, na base da certeza da Aliança, num mundo que
contradiz a Deus. Sendo assim, a palavra indica uma esperança vivida,
uma vida baseada na certeza da esperança. No Novo Testamento, esta
espera de Deus, este estar da parte de Deus assume um novo significado: é
que em Cristo, Deus manifestou-Se.
O grupo
Ringue Filosófico tem como finalidade principal reunir pessoas com diversas
formações e pontos de vista de diferentes setores da sociedade para debater e formar
em conjunto uma ferramenta virtual de educação com finalidade social e cultural.
Idéias
inspiradoras trazidas à baila pelos membros em debates na rede social sintetizam
essa finalidade de utilizar os meios digitais como centro de reunião para
formatar um movimento que possa ser embrião de ações que podem ir além das
discussões em redes sociais e divulgação em blogs, tendo em vista a melhoria da
cultura da sociedade de forma pró-ativa.
Tanto o
blog como o grupo na rede social serve como fonte e ferramenta para este
projeto e finalidade. Desta forma ambos os meios podem servir tanto como
central de debates entre os interessados na finalidade e projeto sobre diversos
temas, bem como, ferramenta de mídia para que os membros expressem suas opiniões
como se fosse uma cooperativa de conhecimento e mídia comunitária de divulgação.
Este
grupo deve ser uma oportunidade para a formação de verdadeiras amizades, baseadas
na comunidade e interatividade de valores e objetivos. Para S. Tomás de
Aquino, o nosso amigo é aquele que quer e rejeita as mesmas coisas que nós. Só
através da amizade é possível a existência da sociedade política, segundo
Aristóteles, pois só assim é possível a formação de grupos unidos pela
comunidade de objetivos e valores. A amizade é também um dos pilares sobre os
quais se constitui a personalidade e caráter. Sem os amigos e colaboradores adequados
estaremos isolados perante grupos hostis que nos irão enfraquecer bastante ao longo
do tempo pela incompreensão, marginalização e julgamentos aviltantes.
Esses
grupos vendem a sua amizade em troca da nossa corrupção, do abandono dos nossos
valores, em suma, em troca da nossa desistência em sermos o que somos. Este
grupo deve ser uma oportunidade para a formação de verdadeiras amizades,
formadas na comunidade de objetivos vitais e valores; amar e odiar as mesmas
coisas e alcançar objetivos comuns mutuamente.
A política adotada pelo grupo prima
pela transparência, equidade e máximo respeito pelos interesses de seus
colaboradores visando essa finalidade comum. Sendo assim contamos com a
participação do maior número possível de interessados em participar
dessa idéia.
Seção I Formas de Participação:
I - Qualquer membro da Ringue Filosófico
pode participar livremente debatendo seja em debates abertos ou em
debates contra de outro membro em formato de debate desafio em uma das categorias do ringue filosófico, e também pode produzir artigos que serão postados neste blog.
II - Com o objetivo unicamente de manter a ordem e serenidade na RF, é vedada o ingresso de fakes. Não tenha medo de mostrar a cara. Baseado em uma política interna, a administração irá avaliar todo perfil que solicitar ingresso no grupo e a partir daí decidir pelo seu ingresso ou não.
II- O membro que infringir o Item I desta seção será banido permanentemente e terá seu nome incluso na lista negra da RF.
III - É permitido criar postagens dos mais variados tipos de assuntos, bem como o membro terá a liberdade de organizar tópicos para chats entre os membros para discussões paralelas, desde que mantenha a ordem.
*Poderão ser realizadas alterações nas regras conforme a necessidade do grupo. Para tanto, haverá uma consulta prévia aos membros do grupo, cabendo a decisão final a administração do Ringue Filosófico.
As regras que se seguem são pertinentes aos debates entre dois membros:
A Ringue Filosófico é uma convenção de debatedores com o objetivo de promover debates abertos e também no formato de desafios livres entre dois membros onde cada debatedor também é livre para propor ou aceitar tal desafio escolhendo um tema para abertura de um tópico de debate contra seu oponente.
Todo debatedor é livre para postar em todos os tópicos, com exceção das postagens com debates entre dois membros em andamento.
Seção I
Do campeonato
I.O campeonato será dividido por categoria de
assuntos como: Política; Filosofia; Educação; Esporte; História; Ciência;
Cultura; Sociedade; Economia; Notícias etc.
*No decorrer do
desenvolvimento do novo sistema, poderão ser adicionadas novas categorias.
III.Porém isso não impedirá que um debatedor com
experiência o assunto música debata com alguém com experiência em cinema. Pois
no final apenas um campeão na categoria cultura.
*Esta regra é
válida para todas as outras categorias.
IV.Os campeonatos acontecerão a cada duas
semanas, com a disputa de 3(três) categorias por campeonato ex:
“No primeiro campeonato
serão disputados os títulos das categorias: Política; Filosofia e Educação. Ao
final de cada campeonato a Administração anunciará o campeão de cada categoria.
V.Os campeões serão listados no blog
ringuefilosofico.blogspot.com, juntamente com o seu histórico de confrontos,
foto e uma pequena biografia.
VI.Cada campeonato seguirá o seguinte modelo de
nome:
CRF 001: Sendo que C.R.F é a abreviatura de
“Campeonato Ringue Filosófico”, e a numeração faz jus a edição do campeonato.
VII.O campeão de uma categoria, poderá ser desafiado
a qualquer momento pelos membros da RF, cabendo a Administração definir a data
do confronto.
VIII.Havendo mais de duas inscrições em uma mesma
categoria, a administração definirá a metodologia a ser utilizada na definição
do campeão da mesma.
IX.O campeonato será acompanhado por um juiz, que
deverá zelar pelo cumprimento das regras estabelecidas, cabendo a estes definir
decidir pela desclassificação, perda de pontos ou expulsão do debatedor que
infringir as regras.
X.Caberá a administração a escolha do Juiz do
campeonato.
XI.É vedada a participação dos juízes nos
campeonatos da RF, salvo, se o mesmo apresentar seu pedido de exoneração do
cargo.
Seção II
DAS INSCRIÇÕES
I – A administração divulgará a abertura das inscrições
estabelecendo o início e a data final da mesma;
II – Poderá se inscrever qualquer pessoa, desde que atenda
os seguintes critérios:
1.1Possua domínio de assunto em alguma categoria da
CRF.
1.2Tenha boa redação;
1.3Que não possua histórico de trollagens;
comportamento hostil e sabotagem em outras comunidades.
I.IV – Que seja membro ativo da comunidade Ringue
Filosófico.
III – Uma mesma
pessoa poderá disputar em mais de uma categoria, desde que:
1.1Não ultrapasse o limite de 3(três);
1.2As categoria s em que o mesmo estiver inscrito
não estejam em um único campeonato, ex:
Se você se inscreveu
nas categorias: Educação; Política e Filosofia, e na CRF a disputa for pelos
títulos de: Religião, Filosofia e Política, você deverá escolher apenas uma
entre Educação e Política para disputar, tendo que esperar o próximo campeonato
para disputar em outra categoria.
Seção III
Das
regras do campeonato
Pontuação,
desclassificação e expulsão
I.O
Juiz dará início ao confronto, informando o tema e assunto, bem como as regras
do debate.
II.Os debatedores se enfrentarão em um tópico
exclusivo criado pela administração no grupo, com 3 rounds, sendo que será
permitido no máximo 03(três) postagens por debatedor em cada round.
III.Como informado anteriormente, o CRF terá duração
de uma semana
IV.O prazo máximo entre as participações dos
debatedores é de 02 dias, após este prazo o juiz irá declarar vitória do
debatedor remanescente.
V.O debatedor não poderá curtir o próprio post, do
contrário, sofrerá pena de 03 pontos a menos no campeonato
VI.Os critérios para a definição do vencedor são as
seguintes:
1.1–
O que tiver os posts com mais curtições (like) por parte dos membros da RF;
1.3–
Por desistência ou não comparecimento do adversário no prazo estipulado no ITEM – III desta
seção;
1.4- Por votação via enquete em caso de empate no
número de curtições.
VI – Com o
intuito de manter a ordem e o foco da discussão durante do debate, é proibido:
1.1– Proferir insultos pessoais, que não tenham
nada haver com o assunto do debate, com pena que varia, desde a advertência,
perda de pontos, desclassificação do campeonato e até a expulsão do grupo Ringue Filosófico.
1.2– Intromissão de membros do grupo durante o
debate, salvo, no caso do membro ser um dos juízes do campeonato ou fazer parte
da administração da RF.
V – Ao final
do campeonato, a administração homologará o resultado do confronto no blog:
ringuefilosófico.blogspot.com, bem como o banner informando o nome do campeão,
categoria na qual o mesmo concorreu, pequena biografia e o conteúdo do debate
realizado.
O Grupo Ringue Filosófico alinhado à sua finalidade
política sócio-cultural e educacional, comprometeu-se voluntariamente com os
princípios da democracia participativa e as melhores práticas de cooperação e
relação com seus membros.
A direção do grupo representa o mais alto grau de
exigência em termos democráticos de relacionamento conjunto.
Este espaço é
reservado para contato direto com a direção do grupo e blog para sugestões e
dúvidas dos membros.